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Gestão de Compras para Obras: 4 Estratégias que Reduzem Custos

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A gestão de compras para obras é um dos pilares mais críticos para o sucesso de qualquer projeto na construção civil. Quando mal executada, pode gerar atrasos, desperdícios e até comprometer a rentabilidade da empresa. Mas, quando bem estruturada, transforma-se em uma ferramenta estratégica para otimizar recursos e garantir entregas dentro do prazo. Neste artigo, você vai descobrir como aplicar métodos práticos para economizar sem abrir mão da qualidade.


O que é Gestão de Compras de uma Obra?

A gestão de compras para obras envolve todo o processo de aquisição de materiais, equipamentos e serviços necessários para executar um projeto. Isso inclui desde o planejamento até a entrega final, passando por negociações com fornecedores, controle de estoque e análise de custos. O objetivo é garantir que os insumos cheguem no momento certo, na quantidade adequada e com o melhor custo-benefício.

Um erro comum é tratar a compra de materiais como uma atividade isolada. Na realidade, ela está intrinsecamente ligada ao cronograma físico-financeiro da obra. Por exemplo: comprar cimento em excesso pode gerar custos de armazenamento, enquanto a falta de tijolos pode paralisar a equipe. Por isso, a gestão eficiente exige visão sistêmica e métodos comprovados.


4 Estratégias Eficientes para Economizar na Gestão de Compras para Obra

#1 Planejamento Prévio: A Base para Evitar Desperdícios

O que é?

Planejar as compras ainda na fase de pré-obra é como desenhar um mapa para evitar surpresas. Você define o que, quando e como comprar, alinhando-se ao cronograma e ao orçamento.

Como Fazer na Prática:

  • Mapear as Necessidades
    Faça uma lista detalhada de todos os materiais, separando-os por etapas da obra. Por exemplo:

    • Fundação: ferragens, cimento, brita.
    • Alvenaria: tijolos, argamassa, vergalhões.
      Use planilhas ou softwares de gestão para evitar esquecimentos. Um erro comum é subestimar itens aparentemente simples, como conectores ou impermeabilizantes.
  • Elaborar um Orçamento Detalhado
    Não basta estimar valores com base em preços médios. Considere variações sazonais: o preço do aço, por exemplo, pode subir até 15% em períodos de alta demanda. Inclua também custos indiretos, como frete e seguro.

  • Planejar as Entregas e Prazos
    Trabalhe com um cronograma de entregas que sincronize a chegada dos materiais com as fases da obra. Se a concretagem da laje está programada para outubro, não adianta comprar o cimento em julho – ele ocupará espaço no estoque e poderá umidificar.

Exemplo Prático:
Em um projeto de edifício residencial em São Paulo, a construtora reduziu 8% nos custos de aquisição ao antecipar a compra de cerâmicas durante uma promoção de fim de ano, armazenando os produtos em um galpão terceirizado.


#2 Relacionamento com Fornecedores: Parcerias que Geram Resultados

O que é?

Ter fornecedores confiáveis não é só sobre preços baixos. É sobre garantir qualidade, prazos cumpridos e flexibilidade para imprevistos.

Como Fazer na Prática:

  • Fazer uma Seleção Criteriosa
    Avalie fornecedores com base em:

    • Histórico de entregas (atrasos frequentes?);
    • Qualidade dos materiais (peças com certificação INMETRO?);
    • Condições de pagamento (parcelamento sem juros?).
  • Montar uma Base de Fornecedores
    Tenha sempre 2-3 opções para cada categoria de material. Isso evita que você fique refém de um único player e permite comparar cotações rapidamente.

  • Estabelecer Parcerias de Longo Prazo
    Fornecedores fiéis tendem a oferecer descontos progressivos. Em uma obra no Rio de Janeiro, uma empresa conseguiu 12% de desconto em tubos PVC após fechar um contrato anual com o mesmo fornecedor.


#3 Técnicas de Negociação: Além do Desconto Básico

O que é?

Negociar na construção civil vai muito além de pedir um “preço melhor”. Envolve entender as variáveis que impactam o custo total.

Como Fazer na Prática:

  • Pesquisar o Mercado
    Use plataformas como o Sienge Marketplace ou Sobrapo para comparar preços em tempo real. Em uma obra em Minas Gerais, a equipe descobriu que o mesmo tipo de tinta estava 20% mais barato em um fornecedor de outra região, mesmo incluindo o frete.

  • Argumentar com Base em Dados
    Chegue à mesa de negociação com números concretos. Por exemplo:

    • “Seu concorrente oferece R$ 15/m² neste piso. Podemos fechar em R$ 14,50 com pagamento em 30 dias?”
  • Considerar o Custo Total
    Um material mais barato pode esconder gastos extras. Calcule sempre:

    • Custo de transporte;
    • Taxas de armazenagem;
    • Risco de avarias (ex.: telhas frágeis exigem embalagem especial).

#4 Estratégias de Compras: O Timing Certo para Cada Decisão

O que é?

Comprar na hora errada pode custar caro. O segredo é alinhar as aquisições às flutuações do mercado e às necessidades do projeto.

Como Fazer na Prática:

  • Gestão de Compras Centralizada
    Centralizar as compras em um único departamento evita que diferentes equipes adquiram os mesmos materiais por preços diferentes. Em uma construtora de Curitiba, essa prática reduziu gastos com ferragens em 18%.

  • Compra de Materiais em Conjunto
    Junte-se a outras construtoras para compras em grande volume. Cooperativas como a Cic Brasil negociam descontos de até 25% em materiais elétricos para grupos.

  • Evitar Urgências e Criar um Estoque
    Compras de última hora custam até 30% a mais. Mantenha um estoque mínimo de itens críticos, como conexões hidráulicas ou parafusos específicos. Porém, cuidado: estoque parado é capital imobilizado. Use a regra 80/20 – estocar apenas os 20% de itens mais usados.

Dica Bônus:
Aproveite períodos de baixa demanda para negociar. Por exemplo, muitos fornecedores de concreto usinado oferecem descontos entre março e junho, quando a atividade na construção civil tende a diminuir.


A gestão de compras para obras não é um processo estático. Ela exige adaptação constante às mudanças do mercado, inovações tecnológicas e até fatores climáticos. Ao aplicar essas estratégias, você não só reduzirá custos, mas também ganhará velocidade operacional e confiabilidade perante clientes e investidores. Lembre-se: cada real economizado na compra de materiais é um real que pode ser reinvestido em qualidade, segurança ou até em novos projetos. E no mundo competitivo da construção civil, essa diferença pode ser decisiva.